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  • Foto do escritorCarolina Rocha

O que é storytelling?


Desde que a nossa espécie desenvolveu as capacidades cognitivas, no processo de evolução, utilizamos as histórias para ensinar, motivar, engajar, divertir, comover e estabelecer conexões. Em “Sapiens: uma breve história da humanidade”, o historiador e filósofo Yuval Noah Harari defende que a Revolução Cognitiva pode explicar por que o homo sapiens resistiu e evoluiu ao longo dos milênios. E o que isso tem a ver com storytelling? Tudo!


“Através da narrativa, as pessoas lembram do que aconteceu, colocam a experiência em uma sequência, encontram possíveis explicações e jogam com a cadeia de acontecimentos que constroem a vida individual e social,” explica Rodrigo Cogo no livro Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da Comunicação”.


Grupo de 15 jovens, homens e mulheres, com roupas informais, sentados em círculo em um gramado, à luz do dia.


Tradição de contar histórias

Alaúde com as cordas soltas, escorado à parede, ao lado de quadros com fotos antigas.

A palavra storytelling vem do inglês storytellers, que em tradução livre seria “contadores de histórias”. Esses contadores podem ser encontrados ao longo dos séculos e nas mais diversas culturas.


Eram pessoas que acumulavam informações diversas e depois as contavam, compondo uma narrativa. Como Sherazade, que contou histórias ao longo das “Mil e Uma Noites”, evitando ser sacrificada pelo marido e rei da Pérsia.


Ou os bardos, que com um alaúde, contavam histórias em forma de canções no período medieval. Eles narravam cenas da realeza, das batalhas, dos acontecimentos dos vilarejos, das façanhas dos heróis e de personagens fantásticos, como magos, fadas e dragões. Aliás, um dos mais importantes escritores de língua inglesa, William Shakespeare, era chamado de Bardo em sua época, em uma referência a estes contadores de histórias.



A construção de uma narrativa

Duas meninas, que aparentam ter entre dois e cinco anos, em pé, abraçados, lendo um livro. Elas estão na natureza, em um gramado, com o pôr do sol ao fundo.

No nosso idioma, a expressão “contadores de histórias” está muito conectada à função exercida por educadores infantis, com a interpretação e a devida entonação a cada cena lida para as crianças. Mas, no contexto brasileiro, não é disso que o storytelling trata. Por aqui, este conceito virou sinônimo de narrativa. Ou seja, expor um acontecimento ou uma série deles, de modo encadeado, por meio de palavras ou imagens.


Portanto, quando você volta para casa e conta à sua família como foi o dia, você narra os fatos, apresenta contextos, ilustra situações. E isso é uma narrativa. Assim, podemos dizer que contar histórias é algo que fazemos desde que aprendemos a falar. Ou até mesmo antes, por meio de gestos e de algumas palavras balbuciadas.


Storytelling na literatura e na publicidade


O storytelling, ou seja, a utilização da narrativa, está presente nos contos, nas crônicas, nos romances e nas novelas, assim como no cinema, na televisão e na publicidade. Também vem sendo amplamente utilizado no marketing. Isso porque ao contar (bem) uma história, a atenção de quem ouve é capturada, despertando sentimentos como empatia, alegria, tristeza, raiva, medo etc. Quando isso acontece, a conexão com esta história faz com que ela se torne inesquecível. E ser sempre lembrado é algo que todas as marcas desejam.


Ao nos valermos das técnicas narrativas, podemos contar a história de uma empresa, de uma família, de uma vida, apresentando ao leitor muito mais do que fatos, mas origens, efeitos e desdobramentos. Todos temos uma história para contar. E elas merecem ser contadas! Para ensinar, motivar, engajar, divertir, comover. E principalmente, para nos conectarmos aos outros.


Letreiro luminoso, visto através de uma janela de vidro, no qual está escrito em inglês, em azul e em letras maiúsculas, a pergunta Qual é a sua história?

Que história você quer contar?


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